Como lidar com uma lesão na coluna?
Uma lesão na coluna pode ser causada por traumas que são capazes de romper uma vértebra e, consequentemente, cortar/comprimir/danificar a medula espinhal - uma massa de tecido nervoso que conecta o cérebro ao resto do corpo e vai da base do crânio até a vértebra lombar. A coluna vertebral é formada por 33 vértebras ligadas por articulações e separadas por discos de cartilagem. É essa pilha de vértebras que protege a medula espinhal.
Nossos movimentos e sensações são comandos cerebrais conduzidos pela medula. Esses comandos estimulam os músculos de todo o corpo, mas, no caso de uma lesão, podem ser comprometidos. Quando a medula é afetada, pode haver perda de movimentos e sensações abaixo do trauma (lesão completa) ou preservação de certas funções motoras e sensações (lesão incompleta). Quanto mais alta a lesão, maior a gravidade pela proximidade com a região cerebral.
No Brasil as ocorrências que traumatizam a coluna estão relacionadas a acidentes de trânsito, a ferimentos por armas de fogo, quedas e até mergulhos em águas rasas. No primeiro momento, o indivíduo passa a não sentir nada abaixo do nível da lesão e entra em um estado de choque medular, perdendo a movimentação e a sensibilidade dos membros.
Os primeiros-socorros envolvem, antes de mais nada, verificar a respiração do acidentado. O segundo passo é chamar o resgate, que está bem treinado para fazer o transporte e a imobilização. Feito o socorro, os médicos buscam um diagnóstico preciso e estabilizar a coluna para evitar a piora da lesão. Trata-se de um quadro muito delicado porque primeiro é preciso saber o quanto de recuperação neurológica o indivíduo pode alcançar e o quanto é possível trabalhar em cima disso - o que pode levar meses e até anos.
O tratamento depende da localização da lesão. A princípio, os procedimentos visam a redução de riscos e a minimização de danos, além de preservar a sanidade psicológica do paciente que, a essa altura, estará bem fragilizado física e mentalmente. A cirurgia é indicada sempre que há instabilidade da coluna ou fratura/projeção do disco e fragmentos ósseos que podem comprimir a medula. A terapia é extremamente especializada e multidisciplinar, que visa, especialmente, manter as articulações de movimento e assegurar a independência pessoal. Um paraplégico, por exemplo, pode morar sozinho, casar, ter filhos. O objetivo é melhorar ao máximo a qualidade de vida de alguém que sofre este tipo de acidente.
Atualmente, existem várias possibilidades de controlar o trauma raquimedular. Desde drogas que podem reduzir o processo inflamatório no pós-trauma e minimizar a lesão até fisioterapias que exploram todas as capacidades de movimento, por menores que sejam. Não existe uma fórmula mágica para a cura do trauma raquimedular, o que existe é um trabalho minucioso e delicado para que a recuperação do paciente possa ser a melhor possível.
Fonte: Medical Site
15 de Agosto de 2019